Prova 3o N Cotil

Logo abaixo, segue a prova dos Terceiros Anos Noturno do Cotil. Esta poderá ser realizada por até três estudantes e entregue no dia 28 de setembro de 2019.


PROVA – Sociofilo

Elabore uma redação dissertativa a partir da questão abaixo:

Existem riscos de enfraquecimento das democracias hoje no mundo?

Para isso, tome como base as discussões realizadas em sala de aula, neste segundo semestre letivo, e os dois extratos de textos abaixo. É fundamental que a redação faça referência (direta ou indireta) aos textos.

 

Texto 1: “Cinco lições importantes do livro Como morrem as democracias”. Luiz Prisco. Metrópoles. 20/10/2018.

[…]

Baseados em estudos precedentes, Steven Levitsky e Daniel Ziblatt apresentam quatro indicadores para ver se um político tem ou não perfil autoritário. Os quesitos apontados são: 1) rejeição (ou comprometimento fraco) com as regras do jogo democrático; 2) negação da legitimidade dos oponentes políticos; 3) tolerância ou encorajamento à violência; e 4) prontidão para reduzir as liberdades civis dos oponentes, incluindo a mídia.

[…]

Parlamento, Judiciário, partidos políticos, Ministério Público e outras instituições democráticas são elementos essenciais para a manutenção de regimes democráticos. Não à toa, governantes autoritários tendem a impôr políticas visando enfraquecer essas instâncias. Nada mais perigoso!

[…]

Steven Levitsky e Daniel Ziblatt alertam para o potencial destrutivo da polarização. “Tolerância mútua [entre adversários políticos] refere-se á ideia de que os rivais jogam de acordo com as regras constitucionais e de que aceitamos seu direito a existir”, escrevem os cientistas. Quando partidos opostos se tratam com inimigos, dizem, a tendência a se utilizar de meios antiéticos e abusivos cresce.

Texto 2: Max Weber. Economia e Sociedade. Sobre o líder carismático:

Quanto mais se pretende impressionar as massas e quanto mais rigorosa se torna a organização burocrática dos partidos, tanto mais secundário fica nestas campanhas o conteúdo do discurso, pois seu efeito, desde que não estejam dadas simples situações de classe ou outros interesses econômicos que possam ser racionalmente considerados e tratados, é puramente emocional e tem apenas o mesmo sentido das manifestações e festas dos partidos: produzir nas massas a ideia do poder e da certeza de vitória do partido e, sobretudo, da qualificação carismática do chefe

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Avaliação Terceiros Noturno Cotil (2019)

Avaliação dos terceiros anos noturno

Tema: O mundo do trabalho e suas metamorfoses

Os alunos deverão ler os textos abaixo para elaborar a dissertação sugerida em anexo (não esquecer de imprimir a folha em anexo e entregar para o professor junto com a redação)

Texto 1:

O automatismo pode levar ao caminho da humanização da grande indústria. Não somente ele suscita novas funções qualificadas, integrando uma nova concepção de trabalho, pela criação e o ajuste desta ferramenta delicada e precisa, mas o operário encarregado da simples tarefa de supervisão de um grupo de máquinas poderia se beneficiar de uma suficiente cultura geral e técnica, reencontrar uma qualidade intelectual nitidamente superior a esta que é hoje imposta a mão de obra especializada da fase (semi-automatismo, trabalho na linha de montagem) que precede e prepara o automatismo.

Citação do livro Os problemas humanos do maquinismo industrial, de Georges Friedmann, publicado em 1946.

 

Texto 2:

Não ponha a culpa nos robôs pelos baixos salários

Autor: Paul Krugman – Fonte: El País

Outro dia eu me vi, como sempre faço, em uma conferência debatendo sobre defasagem salarial e a crescente desigualdade. Houve muita discussão interessante. Mas uma coisa que me impressionou foi quantos participantes apenas assumiram que os robôs são uma grande parte do problema – que as máquinas estão tirando os bons trabalhos, ou mesmo os empregos em geral. Na maior parte, isso nem sequer foi apresentado como uma hipótese, apenas como parte do que todos sabem. Continuar a ler

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Cotil Arte – Vídeo – Material de Apoio

21o Cotil Arte – 2019

Tema: “Democracia: realidade, utopia ou distopia”

Modalidade: Vídeo

Subtema: Trabalho decente e crescimento econômico

Professores Responsáveis: Maurício e Festi

O objetivo deste post será disponibilizar material de apoio aos interessados em desenvolver projeto na modalidade Vídeo do 21o Cotil Arte.

ESTE POST SERÁ ATUALIZADO PERMANENTEMENTE

Sites:

OIT – Definindo o trabalho decente

OIT – Plataformas de trabalho digital e o futuro do trabalho: para o trabalho decente no mundo oline

Mundo do Trabalho

 

Filmes:

Mostra CineTrabalho

Segunda-feira ao sol (filme completo)

Trabalhar cansa (filme completo)

A lei do mercado (Trailer)

 

Entrevistas:

Digitalização do trabalho e a escravidão no século 21

O proletário digital na era da reestruturação permanente do capital

 

Vídeos de como fazer documentários:

 

 

 

 

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O que é o fascimo? (1)

Inaugurando esta nova série de posts sobre o tema FASCISMO, iniciamos com a indicação deste apaixonante e esclarecedor texto de Vladimir Safatle, Um dia, esta luta iria ocorrer.

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Vamos ler Beauvoir? | Thaís Lima #03

Vamos ler o livro O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir? Este é o chamado do novo vídeo da socióloga e youtuber Thaís Lima, como parte da reflexão sociológica do 8 de Março, dia internacional de luta das mulheres.

 

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BAUMAN E CONSUMISMO | Thaís Lima #02

Novo vídeo de Thais Lima sobre Zygmunt Bauman, “Consumismo e sociedade de consumidores”.

No livro “Vida para Consumo: A transformação das pessoas em mercadoria”, o sociólogo Zygmunt Bauman reflete sobre o que há de específico no consumo contemporâneo: não se trata de um consumo voltado apenas para satisfazer as necessidades dos consumidores, mas voltado para transformá-los em mercadoria. Dentre os vários argumentos que o livro desenvolve, neste vídeo tentamos mostrar o que é a comodificação do consumidor, traço característico do consumo nas sociedades contemporâneas.
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ROTEIRO
Thaís Lima
Paulo Yamawake
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REFERÊNCIAS
BAUMAN, Zygmunt (2008). A Sociedade Individualizada: Vidas Contadas e Histórias Vividas. Rio de Janeiro: Zahar.
BAUMAN, Zygmunt (2008). Vida Para Consumo: A Transformação das Pessoas em Mercadoria. Rio de Janeiro: Zahar.
BAUMAN, Zygmunt (2014). Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Zahar.
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Manufacturing Consent revisitado de Burawoy

Traduzimos o artigo Manufacturing Consent revisitado: uma nova aproximação de Michael Burawoy, sociólogo norte-americano que dedicou a sua vida ao estudo do mundo do trabalho por meio do método de “observação participante”. O artigo é uma avaliação crítica de sua própria obra. Para lê-lo, acesse o site da revista Outubro ou clique aqui.

Segue um resumo do artigo:

Este artigo apresenta brevemente a obra Manufacturing Consent, publicada em 1979. Nela, o autor descreve a maneira em que a direção de Allis Chalmers organizava a disciplina do trabalho operário mediante a coerção e o consentimento, em particular por meio do estabelecimento de quotas de produção, o que suscitava uma espécie de jogo social entre os operários. Realiza também uma revisão do método etnográfico usado naquele momento, criticando-o e propondo substituí-lo pelo “estudo de caso ampliado”, que leva em conta o contexto do trabalho, incluindo as trajetórias dos atores, as transformações dos mercados e do papel do Estado, sem esquecer os elementos espaço-temporais como fatores de mudança. Aproveita a ocasião para revisar as publicações recentes que tem abarcado entre os seus objetos de investigação os temas de gênero, trabalho doméstico, trabalhadores migrantes, serviços, sindicalismo, etc. Este artigo sugere que as lutas estariam se descolando da exploração para a comoditização (commodification), acompanhada pelos conflitos relacionados ao consumismo; estes indicariam o início de uma nova era de mobilizações transnacionais que tem alcançado da Europa do Leste à Ásia. A partir disso, o autor retoma as teses de Polanyi, desenvolvidas em A Grande Transformação, atualizando-as com o advento da terceira onda ultraliberal que estende a comoditização à natureza (terra, água e ar) e ao conhecimento, frente ao qual os movimentos do tipo occupy seriam as primeiras respostas.

 

 

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BAUMAN E A MODERNIDADE LÍQUIDA | Thaís Lima #01

Publicamos em Sociolizando o excelente vídeo produzido pela socióloga e youtuber Thais Lima sobre Zygmunt Bauman, em particular seu conceito de “modernidade líquida”. Ótimo material para professores e estudantes.

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Pós-verdade: a razão do mais louco.

Charles Hadji – Professor emérito em Ciência da Educação. Universidade de Grenoble Alpes.

Artigo traduzido de https://theconversation.com/post-verite-la-raison-du-plus-fou-70712.

Este texto é base para a atividade dos alunos dos Terceiros Anos do Ensino Médio.

Sobre os planos político e social, vivemos uma época curiosa. Na era da pós-verdade, as fabricações parecem ter mais peso nas mentes que a realidade. Com relação a razão, trata-se de uma eclipse? Ou devemos temer um triunfo duradouro da irracionalidade?

Quando os “fake news” soterram o “fact checking”.

A campanha recente pelo “Brexit” na Grã-Bretanha, a eleição de Donald Trump nos EUA, e mesmo a vida política na França durante esses quinzes últimos anos, mostram, infelizmente, o peso crescente da mentira e da manipulação nos negócios públicos. As contra-verdades são sustentadas pelas simples (e aceitáveis) figuras de retórica ou de imagens fortes, com as quais um discurso político não poderia competir.

A mentira torna-se uma maneira (julgada hábil e, de fato, eficiente) de comunicar. Os fanfarrões, os oradores lisos, mentores, conseguem fazer de tudo para ter por verdade qualquer mentira ou calúnia. O fenômeno dos “fake news” (fabricação e propagação de falsas notícias), têm precedência sobre o esforço do “fact checking” (verificação dos dados e fatos). As fábulas são mais apreciadas que os fatos. Uma boa “mentira” é melhor que a austera e perturbadora verdade. Continuar a ler

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Como ensinar na época do “pós-verdade”?

– Professor Associada em People, Organizations, Society, Grenoble École de Management (GEM).

Artigo original, Comment enseigner à l’heure de la « post-vérité » ?, publicado em The Conversation – France, in:

Este texto é base para a atividade dos alunos dos Terceiros Anos do Ensino Médio.

Na época da pós-verdade atual (post-truth) os professores se veem diante de novos desafios. Seus estudantes são expostos a um repertório de ideologias e crenças das mais variadas. Certas ideologias são alimentadas para o que é astuciosamente intitulada, nos Estados Unidos, de “direita alternativa” ou “alt-right”, assim como a profusão de movimentos identitários na Europa.

O ano de 2016, com o Brexit e Trump como exemplos, marcou a entrada de toda uma nova “estrutura de permissividade” facilitada pelos meios sociais. Este novo esquema permite aos indivíduos de contornar o consentimento das autoridades tradicionais (tais como os chefes religiosos, os intelectuais ou experts, os líderes de partidos políticos), que antigamente servia como porta vozes dos discursos admissíveis. Continuar a ler

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