Manufacturing Consent revisitado de Burawoy

Traduzimos o artigo Manufacturing Consent revisitado: uma nova aproximação de Michael Burawoy, sociólogo norte-americano que dedicou a sua vida ao estudo do mundo do trabalho por meio do método de “observação participante”. O artigo é uma avaliação crítica de sua própria obra. Para lê-lo, acesse o site da revista Outubro ou clique aqui.

Segue um resumo do artigo:

Este artigo apresenta brevemente a obra Manufacturing Consent, publicada em 1979. Nela, o autor descreve a maneira em que a direção de Allis Chalmers organizava a disciplina do trabalho operário mediante a coerção e o consentimento, em particular por meio do estabelecimento de quotas de produção, o que suscitava uma espécie de jogo social entre os operários. Realiza também uma revisão do método etnográfico usado naquele momento, criticando-o e propondo substituí-lo pelo “estudo de caso ampliado”, que leva em conta o contexto do trabalho, incluindo as trajetórias dos atores, as transformações dos mercados e do papel do Estado, sem esquecer os elementos espaço-temporais como fatores de mudança. Aproveita a ocasião para revisar as publicações recentes que tem abarcado entre os seus objetos de investigação os temas de gênero, trabalho doméstico, trabalhadores migrantes, serviços, sindicalismo, etc. Este artigo sugere que as lutas estariam se descolando da exploração para a comoditização (commodification), acompanhada pelos conflitos relacionados ao consumismo; estes indicariam o início de uma nova era de mobilizações transnacionais que tem alcançado da Europa do Leste à Ásia. A partir disso, o autor retoma as teses de Polanyi, desenvolvidas em A Grande Transformação, atualizando-as com o advento da terceira onda ultraliberal que estende a comoditização à natureza (terra, água e ar) e ao conhecimento, frente ao qual os movimentos do tipo occupy seriam as primeiras respostas.

 

 

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